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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ITAPICURU - BAHIA



         Itapicuru é um município brasileiro do Estado da Bahia. Sua população estimada em 2010 era de 32.261 habitantes. O município foi criado em 1648. Em 1874 foi visitado por Antônio Conselheiro e seus seguidores e por Lampião em busca de “ajuda” financeira do Barão de Jeremoabo.
    
    Itapicuru, um dos municípios mais antigos da Bahia, é um caminho para a História: a sua colonização, através das sesmarias, aos primeiros desbravadores e a sua saga; e o começo: o aldeamento indígena, a primeira capela, a sua igreja, o convento franciscano, a Missão da Saúde. Tudo em Itapicuru é história; passado e presente, um e outro inseparáveis; e é nessas terras que desbravadores portugueses chegaram através da distribuição das sesmarias feita pelo rei de Portugal.

OS INDÍGENAS EM ITAPICURU

    Itapicuru nome de origem indígena (Tupi-Guarani) que quer dizer laje caroçuda, pelas espécies de rochas encontradas pelos indígenas na região.



     De acordo com a historiadora Consuelo Pondé de Sena, Itapicuru  era um antigo povoamento indígena, que foi habitado pelos Kariris, Payayás e Tupinambás. A origem desta remonta a meados do século XVII quando no local em 1636, existia uma missão franciscana denominada Saúde ou de Santo Antonio foi erigida uma pequena Capela em 1698, com nome de Nossa Senhora de Nazaré do Itapicuru de Cima, cons
Itapicuru nome de origem indígena (Tupi-Guarani) que quer dizer laje caroçuda, pelas espécies de rochas encontradas pelos indígenas na região.


  
   De acordo com a historiadora Consuelo Pondé de Sena, Itapicuru  era um antigo povoamento indígena, que foi habitado pelos Kariris, Payayás e Tupinambás. A origem desta remonta a meados do século XVII quando no local em 1636, existia uma missão franciscana denominada Saúde ou de Santo Antonio foi erigida uma pequena Capela em 1698, com nome de Nossa Senhora de Nazaré do Itapicuru de Cima, consoante petição dirigida ao rei pelo vigário Giraldo Correia de Lima, que começou a receber côngrua a partir de 1700. Assim é que, uma Carta Régia foi dirigida ao vice-rei do Brasil, solicitando notícias sobre a localidade de Itapicuru para ver se tinha condições de ser elevada vila.


    Estando dentro das condições previstas para merecer tal promoção, fora freguesia elevada a Categoria de Vila pelo vice-rei do Brasil, Conde Sabugosa em 28 de abril de 1728 consoante petição dirigida ao rei pelo vigário Giraldo Correia de Lima, que começou a receber côngrua a partir de 1700. Assim é que, uma Carta Régia foi dirigida ao vice-rei do Brasil, solicitando notícias sobre a localidade de Itapicuru para ver se tinha condições de ser elevada vila.

  
   Estando dentro das condições previstas para merecer tal promoção, fora freguesia elevada a Categoria de Vila pelo vice-rei do Brasil, Conde Sabugosa em 28 de abril de 1728


     Os temidos “Tapuias” no século XVII eram identificados como os índios Payayás. Esses povos que habitavam as terras de Itapicuru na época da colonização foi um dos mais cuidadosamente descritos pelos documentos coloniais, (termo usado pela Antropologia moderna), Fazia parte da família kariri, ramo vinculado ao tronco macro-jê.   

     Os Payayá possivelmente cultivavam diversos
gêneros alimentícios como o feijão, milho, amendoim e abóbora (vegetais que exigem ciclos de curta duração de três a cinco meses entre o plantio e a colheita), a mandioca e o aipim (ciclos de longa duração de um a três anos), a batata doce (ciclo perene) e o cará  ou inhame (ciclo médio), além de caçarem veados, porcos do mato, cascavéis,  surucucus e coletarem umbu, mandacaru, xiquexique e mel de mandassaia.

     
        Desde os primeiros anos da colonização, os índios representavam tanto uma população indesejável quanto um reservatório de mão de obra, sendo preservados com a chegada dos jesuítas, mas que deveriam ser cristianizados. A atividade missionária já havia atingido a foz do rio Itapicuru seguindo para o rio Real, em 1561. Uma área suscetível a formação de mocambos de escravos fugidos das fazendas da Bahia.

1-COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO


     O rio Itapicuru representava um excelente caminho de penetração no interior. A primeira expedição de combate aos índios e franceses do rio real só ocorreu em 1574.

        A região do médio e alto Itapicuru continuava em inícios do século XVII, uma terra de ninguém, ou melhor, terra de índios e mocambos. Em 1603 – 1604 foi mandado à região uma expedição para destruir um mocambo ou magote de negros de Guiné fugidos que estavam nos palmares do rio Itapicuru, tornando-se vitoriosa.
     
        Da primeira década do século XVII em diante, proliferaram-se as sesmarias nos dilatados sertões da Bahia que eram instituições de origem medieval portuguesa, uma alienação a terra. Aos poucos, os vários sesmeiros, partindo tanto da Bahia quanto do Sergipe já pacificado, pontilhavam com seu gado a vasta paisagem do nordeste baiano. Entretanto, a distribuição de sesmarias e a consequente expansão das boiadas não eram as únicas responsáveis pela incorporação do vasto sertão baiano. Os jesuítas continuavam seu trabalho de catequese indígena, mandando missionários também a essas terras, o que provocou a existência de inacianos regulando a vida dos índios aldeados e ocupando as áreas destinadas aos vaqueiros.
      

2-COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO

      Em março de 1669, Garcia d’Ávila mandou destruir igrejas de Itapicuru e Jeremoabo devido a demanda dos religiosos pela regularização das terras das missões. Mas a região de Itapicuru não foi a única a sofrer com as disputas entre religiosos e sesmeiros.

    O século XVII terminava com os índios aldeados, os quilombos destruídos, as estradas cortando a Bahia – desde a capital até o Piauí – e as fazendas de gado fornecendo boas levas de animais para Salvador.

     A colonização de Itapicuru ocorreu em virtude do estabelecimento das sesmarias, que eram instituições jurídicas portuguesas que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção, aos primeiros desbravadores. Não diferente de outras localidades no Brasil, teremos a presença de representantes cristãos nesse processo.
     
      A atividade missionária já havia atingido a foz do rio Itapicuru desde 1561 e tinha como missão cristianizar a população indígena e proteger da cobiça dos portugueses.
      
     Em meados do século XVII em 1636, existia uma missão franciscana denominada Saúde ou de Santo Antonio foi erigida uma pequena Capela em 1698, com nome de Nossa Senhora de Nazaré do Itapicuru de Cima, consoante petição dirigida ao rei pelo vigário Giraldo Correia de Lima, que começou a receber côngrua a partir de 1700. 

      Assim é que, uma Carta Régia foi dirigida ao vice-rei do Brasil, solicitando notícias sobre a localidade de Itapicuru para ver se tinha condições de ser elevada vila. Estando dentro das condições previstas para merecer tal promoção, fora freguesia elevada a Categoria de Vila pelo vice-rei do Brasil, Conde Sabugosa em 28 de abril de 1728.

FATOS E SITUAÇÕES HISTÓRICAS DE ITAPICURU


IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

PRAÇA DA BANDEIRA- 2012

A cidade de Itapicuru teve origem a partir da construção da Igreja em louvor a Nossa Senhora de Nazaré no ano de 1869, sob a administração do Padre Antônio Agripino da Silva com a ajuda de Antonio Conselheiro.

A Igreja esta localizada na Praça Central da cidade – Praça da Bandeira.

A Matriz todos os anos promove a festa em homenagem à Padroeira da cidade, a qual é a mesma que nomeia a Igreja. O Evento acontece no segundo Domingo do ano, reunindo milhares de fiéis e turistas que saem em procissão pelas ruas da cidade.

BIOGRAFIA DE ANTÔNIO CONSELHEIRO

FONTE: giocsch.blogspot.com

      Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido popularmente como Antônio Conselheiro, foi um beato, líder religioso e social brasileiro. Nasceu em Quixeramobim (Ceará) em 13 de março de 1830 e faleceu em Canudos (Bahia) em 22 de setembro de 1897.

       Considerado um fora da lei pelas autoridades nordestina, Antônio Conselheiro peregrinava pelo sertão do Nordeste (marcado pela seca, fome miséria), levando mensagens religiosas e conselhos sociais para as populações carentes. Conseguiu uma grande quantidade de seguidores, sendo que muitos o consideravam santo.

       Há relatos de seguidores de Conselheiro que afirmaram que o beato tinha a capacidade de fazer milagres e que o mesmo fazia previsões sobre o fim do mundo.

A CHEGADA DE CONSELHEIRO A ITAPICURU


FONTE: www.historiabrasileira.com/biografias/antonio-conselheiro

De acordo com André M. P. D de Carvalho em seu livro “O velho Itapicuru: Historia de um passado de glórias”, Antônio Vicente chega ao Vale do Itapicuru em 1874 na Monarquia.
         
O escritor peruano Mario Vargas Llosa, autor do livro “A Guerra do Fim do Mundo”, livro que depois dos “Sertões” de Euclides da Cunha, é considerado o maior Best Seeler, escrito sobre a saga de Canudos.  Em visita a “Camuciatá”, disse que não poderia deixar de conhecer o Itapicuru, porque ele considerava o município aonde primeiro chegou à Bahia o Conselheiro, como o Portal de Canudos e foi no Itapicuru no ano de 1874, que vindo de sua terra natal o Ceará, percorrendo os sertões do nordeste pelo vizinho Estado de Sergipe, atravessou o Rio Real e penetrou na Bahia.

1- PASSAGEM DE CONSELHEIRO EM ITAPICURU


Segundo a tradição chegou ao Itapicuru numa terça-feira, dia de Santo Antônio, com seus acompanhantes, arranchando-se numa casa de nome Miguelzinho. Começaram as rezas do terço no fim da tarde e o ofício de Nossa Senhora na madrugada. A cantoria a altas horas, desagradou a população da Vila, surgindo reclamações que foram apresentadas ao delegado, Boaventura da Silva Caldas, “seu Boa,” como era conhecido, que estava numa das suas propriedades no dia da chegada do Conselheiro e seu séquito.
Procurou entrar em entendimento com o grupo, sem alcançar bom êxito. Continuou, entretanto as orações e aumentando o número de participantes. Se de um lado o delegado condenava os excessos do grupo, o vigário Cônego Agripino, apoiava o Conselheiro, criticando do púlpito a atitude do delegado, mandando silenciar os rezadores.
   Segundo Euclides da Cunha a trajetória de Conselheiro em áreas nordestinas, cita a Vila de Itapicuru e sobre a fundação do Arraial de Bom Jesus, hoje a cidade de Crisópolis. Nessa região encontrou o líder carismático ambiente propício à sua pregação onde permaneceu por longos anos, até que preso em Itapicuru e conduzido à capital baiana, sendo posteriormente enviado ao Ceará de onde regressou mais tarde internando-se novamente nos sertões desse Estado onde prossegue na sua obra missionária, sempre imbuído dos mesmos propósitos que o conduziram a fazer pregações, a orar, a construir cemitérios, a verberar contra a República e o casamento civil, enfim a cumprir os objetivos a que se propôs, ao colocar-se ao lado dos pobres necessitados.
O relacionamento do Cônego, permitia que o Conselheiro fosse padrinho, em diversos batizados, tendo em vista inúmeros registros nos livros de batismo da freguesia.
      
De acordo com o blog História Viva da professora Suzete Silva, do município de Itapicuru,  nos livros paroquiais da Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Itapicuru de Cima, visando relacionar as oportunidades em que Conselheiro apareceu como padrinho ou testemunha, obtive os seguintes dados:
ANOS ______________ BATIZADOS
1880___________________05
1884___________________07
1885___________________02
1886___________________10
1887___________________02
1890___________________14
1891___________________45
1892___________________07
Total: _________________92

Segundo a professora Consuelo Pondé, entre os anos de 1880 a 1892 Conselheiro tornou-se padrinho de 92 crianças, sendo que 40 delas,  tem por madrinha Nossa Senhora. Ela também enfatiza que a permanência do Conselheiro no Itapicuru “é um episódio memorável de religiosidade popular”.