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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

LIVRO O BARÃO DE GEREMOABO E A POLÍTICA DO SEU TEMPO


        A leitura de “O Barão de Jeremoabo e a política do seu tempo”, levará o leitor a parafrasear o historiador Wanderley Pinho, podendo acrescentar a frase “Era assim o Recôncavo”, o “Era assim o Sertão”. O Sertão de Antônio Conselheiro, que encontrou na figura do barão de Jeremoabo um dos seus maiores combatentes. Canudos foi uma preocupação constante para Jeremoabo, que via os trabalhadores de suas fazendas se deslocarem para o arraial do Belo Monte.

        O meio de transporte da família dos senhores de engenho é retratado: o carro de bois coberto, com duas janelas e porta, se assemelhando com uma carruagem, que transportava a família da estação de trem do Barracão, atual Rio Real, até o engenho Camuciatá. A culinária nordestina, misturada com a tradição dos doces portugueses, vislumbrada na relação dos itens que compunha a adega do barão. A moda vinda de Paris, desfilando nas veredas do Sertão. As festas na Casa-Grande e nas senzalas. Tudo isto está descrito no último capítulo do trabalho.

Aspectos da economia açucareira são abordados, em conjunto com o problema da mão de obra escrava, extinta em 1888. Nos anexos do trabalho são transcritas 21 cartas, escritas pelo barão de Jeremoabo a José Gonçalves da Silva e vice-versa, sendo que a primeira datada de 1 de setembro de 1865 e a última de 8 de outubro de 1902. Todas elas seguidas de notas explicativas a respeito dos assuntos abordados. Também constam da obra 147 biografias de personalidades do século XIX e da primeira República. Além delas podemos encontrar a história de 35 municípios do Sertão da Bahia e Recôncavo, desde a sua fundação até os principais acontecimentos de sua história. Engenhos e fazendas são também citados.
        Diversos documentos inéditos são transcritos, como manifestos políticos e circulares que dão conta da efervescência política dos últimos anos do reinado de D. Pedro II e a reestruturação política da República da Espada. No último anexo da obra encontra-se a genealogia do barão de Jeremoabo, constando sua ascendência que provém do século XVIII.

        Contém, também farto material iconográfico. 62 fotografias, do arquivo do barão, retratando familiares, engenhos, cidades do interior, encontros políticos, festas religiosas, mobiliário, arte-sacra, até as senzalas dos escravos e os vaqueiros encourados.

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